Edtoração: arte da criação
Muitas dúvidas rondam a cabeça do cliente na hora de solicitar serviços gráficos ou mesmo contratar um profissional para elaborar o bendito do arquivo que será utilizado na impressão. Uma delas é como deve ser chamado o produto final do trabalho desenvolvido pela gráfica.
O que aconteceu é que, após a entrada maciça dos computadores em nossas vidas, estas áreas se misturaram em alguns pontos e um passou a realizar a função do outro, às vezes por conveniência, falta de opção ou até sem intenção do profissional gráfico.
Mas existem diferenças e elas aparecem quando temos uma necessidade específica, onde o conhecimento de uma ou outra área afeta o resultado final do trabalho.
Vamos falar de 4 tipos de trabalhos desenvolvidos para produção ou artes gráficas: Diagramação, Arte Final, Design Gráfico e Criação.
Os produtos elaborados pelos dois primeiros devem apresentar obrigatoriamente características mais técnicas e dos dois últimos conceituais.
Diagramação
É a adaptação de textos e imagens a uma programação visual estabelecida anteriormente, seja um fôlder, uma embalagem, revista ou jornal, tendo como foco principal a hierarquia das informações, equilíbrio entre textos e imagens e tipologia utilizada. É para ser um profissional rápido.
Nos dias de hoje é muito comum multinacionais e grandes empresas possuirem um “Manual de Identidade Corporativa” que contêm todas as regras para diagramação dos projetos gráficos, muitas vezes acompanhados de seus devidos templates editáveis para agilizar o processo e reduzir custo.
O diagramador NÃO cria ou revisa texto, não ilustra e nem seleciona as imagens que vão no material. O cliente ou designer faz isso antecipadamente e envia o material à ele.
Exemplo 1: Se você tem um folder para o Equipamento X, e quer desenvolver um que siga a mesma linha para o Equipamento Y, solicite uma diagramação.
Exemplo 2: Elaborei um rótulo para o Shampoo Hortelã e quero lançar Shampoo Cereja, substituindo o fundo de verde para rosa, trocando a imagem e o texto.
Arte Final
É um arquivo finalizado técnicamente, pronto para impressão, de uma idéia concebida pelo Cliente ou por um Diretor de Arte, ou seja, é o polimento de algo criado por outra pessoa. Neste caso o cliente fornece arquivo com as linhas gerais da peça (pode ser em qualquer formato: Word, Power Point) ou mesmo um rascunho, e a gráfica faz a editoração eletrônica do trabalho. Facilita se o cliente fornecer as imagens, textos e planilhas separadamente, isso vai agilizar o processo e baratear o custo do desenvolvimento.
O Arte Finalista NÃO ilustra, cria texto ou revisa. Em relação as imagens, ele pode auxiliar o cliente a encontrar uma imagem que transmita o mesmo conceito da sua idéia inicial que possibilite uma reprodução de qualidade. Também pode fazer recomendações para melhorar o trabalho, como o tamanho das fontes, cores, etc, mas a palavra final é do próprio cliente.
Aqui a coisa começa a se complicar. O Design Gráfico traduz visualmente um conceito ou uma idéia em uma peça com um objetivo claro, normalmente vender algo. Esta tradução pode se dar em um Catálogo, Embalagem, Rótulo, Site, Comunicação Visual e até o produto em si. É por isso que encontramos designers especializados em tantas coisas diferentes (editorial, de embalagem, web, de marcas e por aí vai), cada uma com o conhecimento técnico específico de sua área. É por isso que você tem um bom motivo para não usar o designer que fez seu site para desenvolver um impresso. Dificilmente ele terá a qualificação técnica para se responsabilizar pelo trabalho.
O designer fornece todo seu conhecimento técnico, social e cultural para elaborar um material que melhor atinja a necessidade do cliente, transformando uma idéia em algo “palpável” através de um Briefing, onde o cliente determina o conceito a ser transmitido e o público alvo a ser atingido.
O designer NÃO cria ou revisa texto. É parte do trabalho do designer participar pró ativamente de todo desenvolvimento do trabalho, compartilhar sua opinião, colaborar para escolha dos profissionais terceirizados envolvidos, escolher imagens e defender seu trabalho dizendo alguns “nãos” se necessário.
Tente não torturar seu designer, determinando aleatoriamente as cores que você quer usar, tamanho da letra e outros detalhes que muitas vezes ele teve trabalho para escolher e, teoricamente devia saber melhor que você. Mas QUESTIONE TUDO! NADA NO DESIGN DEVE SER FEITO POR ACASO. A resposta tem que estar na ponta da língua.
Criação
Trabalhos de Criação estão muito associados aos prestados pelas Agências de Publicidade, Diretores de Arte e Redatores. Envolve todo conceito necessário para a execução de um trabalho gráfico ou comunicação.
Neste tipo de trabalho além da parte gráfica, é dada uma atenção especial ao texto, por isso são feitos normalmente em dupla (redator/diretor de arte). No geral a criação é o serviço contratado para elaboração de anúncios, outdoor, comerciais, banners, e-mail mkt, entre outros. Para gráficas são destinadas peças como cartazes, malas direta, flyers, encartes, jornais de supermercados e materiais de apelo promocional, onde a chamada pode fazer todo diferencial no impacto da comunicação e no retorno sobre o investimento.
O serviço de criação vem casado com redação, design, arte final e diagramação.
Se você tem uma agência que não tem redator, você recebe uma criação capenga. Por isso é SIM responsabilidade da agência, criar, revisar textos e garantir que o trabalho saia perfeito. Para isso ela DEVE cobrar, assim sendo este serviço pode custar um pouco mais caro. É o preço da sua tranquilidade.
Fonte: http://www.equipgraf.com.br/qual-a-diferenca-entre-arte-final-diagramacao-design-grafico-e-criacao/